quarta-feira, 2 de abril de 2014

"PARA A CULTURA DO PRÊT-À-PENSER"




Boa noite leitores,

Hoje eu irei falar de um assunto que está cada dia mais em falta no nosso cotidiano, não o assunto em si, mas a sua ação, a ausência dos corpos modernos de refletir ou como diriam os franceses de "prêt-à-penser" pronto para pensar, parecido com o que Gilles Lipovetsky denomina de "pronto para usar" em termos de produtos de mercado, padronizados, a custos definidos, antes de chegar a sociedade de consumo.

Mas senhores, vale a minha ressalva, na minha opinião acho legal que muita gente que se acha culto e que realmente lê muito e conhece mesmo a história do Brasil, do mundo, que bom que conheça ne, realmente eu mesmo ainda tenho que ler muitos livros ainda por que sei que me falta saber de muita história, principalmente brasileira.

Mas queria, principalmente me direcionar a vocês, principiantes, crianças, que estão em processo de formação, que vejam, que entendam o conhecimento, não como um mercado, mas porque gostem mesmo, que tenham amor a leitura, que não usem somente para tentar diminuir aqueles que as vezes não possuem do mesmo acesso de conhecimento que o seu, por vários motivos, as vezes financeiro ou também, por não ter tido pais que tivessem como incentivar mais a educação, por também não serem dotados dessa cultura letrada que se enraizou desde a época do iluminismo e veio se solidificando com a cultura mecanicista.

Assim sendo, gostaria de lembrar autores como Pierre Bourdieu na sua obra "O Poder Simbólico" que nos faz entender a importância da reflexão, da sociologia, entender o outro, a própria sociedade. Bourdieu diz: "não devemos ter medo da crítica, na verdade deveríamos rir-nos dela."

Concordo com Bourdieu, autor consagrado, um dos principais sociólogos contemporâneo, fala coisas que aparentemente parecem simples, mas não deixa de ter fundamental importância para nós seres humanos, temos que pensar, temos que saber refletir, temos que falar, temos que rir dos nossos erros, só assim, poderíamos utilizar todo o nosso conhecimento.

Como diz Paulo Freire, em uma das suas maiores obras "Pedagogia do Oprimido" autor que me da muita inspiração, de fato, a falar sobre assuntos tão nobres como a reflexão, ele mesmo que criou metodologias importantíssimas para o estudo da criança, gostaria de lembrar algumas de suas frases. Segundo Paulo Freire, a criança não deve ser uma espécie de "bancário" que só recebe o conhecimento, no caso do seu professor, mas deve ter pensamento críticos, principalmente das revistas, jornais, propagandas, ele que nos orienta que "abertura" é um dos primeiros passos para uma consciência, do ser crítico, ou um ser mais ser.

Como diz uma citação de Jean Paul Sartre comentado no livro de Paulo Freire: "A consciência e o mundo" diz Sartre, "se dão ao mesmo tempo": exterior por essência à consciência, o mundo é, por essência, relativo a ela."

 Bom senhores é isso, gostaria de deixar esse reflexão e claro querendo que nossa humanidade reflita mais, sobre o mundo, sobre si mesmo, sobre seus atos, sobre o outro, para que assim possamos pensar um mundo para nós e não somente para "si mesmo" mas para nós, para todo mundo, para os opressores como diria Freire e para os oprimidos, mas que eles possam se libertar de toda a barbárie, que em sociedade um camponês que se tornou capataz não se torne mais perverso que um legítimo capataz, mas que supere com a razão e reflexão toda essa ignorância, essa brutalidade que vivemos, só assim poderíamos chegar a uma sociedade mais justa.

Como diria Paulo Freire, para se obter a práxis, é necessário ação e reflexão, ou seja, um novo homem, um ser mais ser, que busca aprender ao mesmo tempo que possa ensinar, mas que sobretudo se encanta com os outros e principalmente que olhe os oprimidos, que são por essência o testemunho fiel da nossa sociedade que queremos.

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