sábado, 29 de janeiro de 2011

"A era da confusão Informativa" / O seu próprio kit de leitura crítica

O cidadão midiático e a era da confusão informativa
Postado por Carlos Castilho em 24/1/2011 às 17:45:22



O norte-americano Dan Gillmor acaba de publicar um livro que está dando o que falar. Depois de funcionar como o grande arauto da revolução informativa no seu livro We, the Media [1], lançado em 2004, Gillmor usa agora um tom bem mais cauteloso ao analisar o que ele chamou de “era da confusão informativa”.

O ex-cronista de tecnologia do jornal San José Mercury News e atual consultor da Fundação Knight para empreendedorismo jornalístico online, reconhece que a avalancha informativa na web ultrapassou todas as previsões e que o público começa a dar sinais de uma preocupante tendência: uma ressaca cognitiva.

As pesquisas consultadas por Gillmor em seu novo livro, intitulado MediaActive [2], mostram que os consumidores de informação começam a demonstrar crescente intolerância diante da enorme quantidade de notícias que circulam na web e na imprensa ao constatar que a maioria delas são meias verdades ou totalmente falsas.

Este é um comportamento que já havia sido previsto por vários autores mencionados aqui nos posts do Código, há algum tempo, como um desdobramento inevitável da avalancha de dados, informações e conhecimentos publicados na web. Os dados são impressionantes. Em 2002, todo o acervo [3] de documentos digitalizados na internet não passava de 5 bilhões de exabytes. Em 2009, este total disparou para 281 bilhões de exabytes [4].

As informações produzidas por indivíduos e publicadas na web sob forma de blogs, tweets, fóruns, chats, redes sociais, bancos de dados, páginas web, noticias etc aumentaram 15 vezes entre 2006 e 2009. Segundo Mark Hurd, presidente da empresa de informática Hewlett Packard, nos próximos quatro anos a quantidade de informações publicadas na web será maior do que tudo o que foi produzido pela humanidade até agora em matéria de conhecimento.

Estatísticas como essas causam impacto, mas as pessoas comuns estão se dando conta muito lentamente do que isso significa no nosso quotidiano. Elas só começam a sentir os efeitos da avalancha informativa quando percebem sua incapacidade de poder contextualizar as notícias diante da diversidade de versões.

Gillmor é um dos muitos estudiosos da informação online que depois de se deslumbrar com as incríveis potencialidades do mundo digital e da internet começa a agora a dar-se conta do potencial de incertezas e desorientação gerado pela democratização cada vez maior na produção de conteúdos noticiosos, tanto no formato escrito como no audiovisual.

Está ocorrendo um fenômeno curioso. Os deslumbrados com a revolução digital tornam-se agora mais céticos e desconfiados enquanto os tecnofóbicos, contrariando as expectativas, tornam-se cada vez mais presentes nos fóruns, comunidades virtuais, twitter e blogs, como mostram as pesquisas sobre participação crescente da terceira idade na internet.

Mas não é só isso. Não dá mais para voltar atrás e não nos resta alternativa senão enfrentar os dilemas da era da confusão informativa desenvolvendo os recursos necessários para tornar mais confortável a convivência com a dúvida e com a incerteza.

É o que propõe o exercício da leitura crítica, um recurso informativo que até agora era considerado privilégio dos intelectuais e acadêmicos, mas que começa a ser praticado até mesmo pelos leitores de jornais, revistas ou telespectadores. Sem a leitura crítica fica difícil conviver com o tiroteio informativo presenciado diariamente em nossos jornais, revistas e telejornais.

Quem não se dispuser a desenvolver o seu próprio kit de leitura critica, provavelmente será empurrado para duas opções, ambas igualmente arriscadas: a descrença total, o que equivale a um autismo informativo, e a credibilidade incondicional, similar a um ato de fé cega. Ambas muito próximas do fanatismo.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Regulamentação do controle a liberdade e imprensa/ EDITORIAL

Venho aqui abrir o espaço para este tema que pude ouvir na tv da câmara, ontem a noite, em que os políticos se reuniram para debater sobre a criação do conselho de comunicação. Chamo a atenção para os profissionais da área principalmente e a sociedade que hoje se encontram extremamente integrada e dependente dos meios de comunicação. Percebi a necessidade para uma maior preocupação sobre esse assunto, tendo em vista a concentração do poder em oligarquias, como os grandes veículos como a TV, assim sendo, procuro de alguma forma, com debates entre a civilização moderna, uma relação mais sociável entre esses meios por aqueles que estão excluídos por causa da barreira econômica. Esses dias eu converssando com um amigo que possui um grupo de pagode, perguntei se eles não colocariam suas músicas na rádio, por exemplo Litoral,Mix,Jovem Pan etc..., assim eles teriam maior mídia e consequentemente representação pelo povo capixaba, foi ai que ele me disse que essas rádios cobrariam muito caro, para tocar suas músicas por exemplo uns R$1500,00 reais enquanto que as músicas dos famosos, as rádios, colocam o tempo todo e não ganham dinheiro nehum, me pergunto porque isso? porque as pessoas que querem ser músicos não podem ter a chance de se igualar a qualquer outro músico, que fica claro aqui que eu não estou desmerecendo a habilidade dos músicos famosos, mas uma chance para que nosso país seja uma nação mais justa e igualitária.
      Vale lembrar que vivemos num mundo globalizado, onde as informações são colocadas a cada segundo, ou seja, quem deter com maior rapidez essas informações vão poder usufruir melhor, contudo quem paga hoje mais caro pelo acesso a internet,tv acabo,celular com TV e internet, terá sempre maior acessibilidade do que as milhões de pessoas que estão em extrema pobreza no nosso Brasil.
      Em resumo me lembrando do ponto de vista do deputado que hoje falha a memória não sei o nome dele, entretanto é um cientista político e disse: quando  um gringo veem para cá, ele acha que o Brasil é um país de brancos, e o Brasil não é um país de branco é um país de mestiço. Disse também que é só ler os jornais para saber que não temos de fato, uma cultura brasileira e sim uma falsa indentificação de ser brasileiro. Falou isso mas com outras palavras, pois bem, então a onde quero chegar? vejo que a nossa lei sobre a censura é uma lei que veem desde a ditadura militar, porém como disse o político isso não é bom no entanto é melhor do que não ter lei alguma. Portanto vejo que a regulamentação da liberdade de imprensa é fundamental para a convivência das relações sociais no mundo contemporâneo. E senhores e senhoras não confudam censura com por exemplo, a novela O Clone da aglobo está passando no programa "Vale a pena ver de novo" que passa no horário da tarde, isso é certo? temos que fazer mais do que censuro e sim regular todos os programa televisivos, os horários, os créditos para pessoas que não tem como se comunicar estar na tv,  precisa não só de uma Tv aberta mas a liberdade das pessoas não afetar o direito e respeito do ser humano.
      
 

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Computadores aprendem o que nos faz sorrir - e gastar / FOLHA DE SÃO PAULO

Por STEVE LOHR

Computadores com visão estão se tornando comuns. Câmeras baratas e de alta resolução se proliferam em produtos como smartphones e laptops. E novos algoritmos de computação para localizar, comparar e avaliar a enxurrada de dados visuais têm progredido rapidamente.
A tecnologia pode ser usada em hospitais, shopping centers, escolas, plataformas de metrô, escritórios e estádios. As máquinas nunca piscam.
Tudo isso pode ser muito útil -ou alarmante.
"As máquinas definitivamente serão capazes de nos observar e nos entender melhor", disse Hartmut Neven, cientista da computação do Google e especialista em visão. "Aonde isso leva é incerto", completou.
O Google está na linha de frente do desenvolvimento tecnológico, e é também motivo de apreensão por causa disso. Seu serviço Street View, em que usuários da internet podem olhar um determinado local, recebeu queixas por violação de privacidade. O Google irá borrar as fotos das casas de quem assim solicitar.
Com o aplicativo Goggles, do Google, as pessoas podem tirar uma foto com um smartphone e vasculhar a internet em busca de imagens semelhantes. Executivos da empresa excluíram uma ferramenta de reconhecimento facial, temendo que isso servisse na busca por informações pessoais.
Cientistas preveem que as pessoas ficarão cada vez mais cercadas por máquinas que podem não só ver, mas também raciocinar a respeito daquilo que estão vendo.
Segundo Frances Scott, que é especialista em tecnologias de vigilância, isso poderá permitir que autoridades localizem um terrorista ou uma criança perdida.
Milhões de pessoas têm usado produtos que mostram o progresso alcançado pela visão informatizada. Os principais serviços on-line de compartilhamento de fotos já contam com reconhecimento facial.
O Kinect, que pode ser agregado ao console Xbox 360, da Microsoft, usa uma câmera digital e sensores para reconhecer as pessoas e seus gestos; ele também entende comandos de voz.
Com o Kinect, "a tecnologia entende você de forma mais fundamental, de modo que você não precisa entendê-la", disse Alex Kipman, engenheiro envolvido no desenvolvimento da ferramenta.

'Lave as mãos, por favor'Há três meses, o Centro Médico Bassett, de Cooperstown, em Nova York, iniciou experiências com a visão informatizada. Pequenas câmeras no teto monitoram os movimentos dos pacientes e das pessoas que entram e saem da sala.
As primeiras aplicações do sistema, criado pela General Electric, são lembretes e alertas. Médicos e enfermeiros precisam lavar as mãos antes e depois de tocar em pacientes, para evitar infecções hospitalares. Quando alguém se esquece, uma voz declara: "Perdoe a interrupção; por favor, lave as mãos".
O sistema é capaz de reconhecer movimentos que indicam quando um paciente corre o risco de cair do leito, e alerta uma enfermeira. Outras ferramentas podem ser acrescentadas, como um software que analisa expressões faciais em busca de sinais de dor ou outro desconforto grave, segundo Kunter Akbay, cientista da GE.


Espelho, espelho meu
O pós-graduando Daniel McDuff parou diante de um espelho translúcido no Laboratório de Mídia do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). Após 20 segundos, um número -65, seu batimento cardíaco por minuto- apareceu no espelho. Por trás dele, uma webcam enviava imagens de McDuff a um computador cujo software monitorava o fluxo sanguíneo em seu rosto. O programa separa as imagens de vídeo em três canais -para as cores básicas vermelho, verde e azul. Mudanças nas cores e movimentos feitos por minúsculas contrações e expansões dos vasos sanguíneos no rosto não são perceptíveis ao olho humano.
"O sinal do seu ritmo cardíaco está na sua cara", disse Ming-zher Poh, também pós-graduando do MIT. Outros sinais vitais, como ritmo da respiração e pressão arterial, devem deixar pistas semelhantes.
Esse projeto, descrito numa publicação feita em maio por Poh, McDuff e Rosalind Picard, professora do laboratório, está só começando, segundo Poh. Mensurações diárias feitas com esse método poderão revelar, por exemplo, que uma pessoa está ficando sob maior risco de um ataque cardíaco. "No futuro, isso estará nos espelhos", disse.
Os rostos podem fornecer todo tipo de informação aos computadores. No MIT, Picard e a pesquisadora Rana el Kaliouby aplicam um software de análise da expressão facial para ajudar autistas a reconhecerem melhor os sinais emocionais.
As duas cientistas fundaram a Affectiva, empresa com sede em Waltham, Massachusetts, que está produzindo softwares de análise facial para fabricantes de produtos comerciais, varejistas, profissionais de marketing e estúdios cinematográficos.
John Ross, executivo-chefe da Shopper Sciences, uma empresa de pesquisa de mercado, disse que a tecnologia da Affectiva promete dar aos profissionais de marketing uma leitura imparcial sobre a sequência de emoções que levam a uma compra. "Pode-se ver e analisar como as pessoas estão reagindo em tempo real, não o que elas estão dizendo mais tarde [num grupo de pesquisas], quando com frequência estão tentando ser educadas."
O software, segundo Ross, poderia ser usado em quiosques comerciais ou com webcams. A Shopper Sciences, acrescentou ele, está testando o programa da Affectiva com um grande varejista e com um site de relacionamentos amorosos.