segunda-feira, 7 de julho de 2014

COMENTÁRIO SOBRE O PROGRAMA "TUDO PELA AUDIÊNCIA"






Boa noite leitores,




Esse título fiquei pensando logo quando eu ouvi seu nome, sendo anunciado pela propaganda institucional
do programa, deve ser um programa bem horrível, pois, ultimamente o que dá audiência na tv brasileira é novela ou futebol.

Bem, mas na verdade, esse título me lembra uma coisa, quando fui fazer meu trabalho final da faculdade. Tenho até hoje as gravações das crianças que pesquisei na minha pesquisa de campo. Queria entender a influência da mídia e a subjetividade nas crianças, assim, o que mais eu ouvia delas era quando perguntado o que tinha na televisão, elas imediatamente respondiam, têm tudo!! tudo!! com um ar de felicidade que parecia ter encontrado a mãe na volta da escola.

Vejo um nome muito pouco sugestivo, acho que em termos de dias atuais, faltou como sempre uma sensibilidade, mas claro, a mídia sempre, com seu jeito arrogante, querendo a audiência a qualquer custo. Porém me desculpe o Fábio Porchat, mas um profissional desse nível, não poderia pensar um nome mais agradável para seu programa, ou melhor para o tipo de ambiente do seu trabalho?  Afinal de contas,  qual a imagem que esse profissional quer passar? porque "tudo pela audiência" é de uma imbecilidade que não tem tamanho.

Fora isso, gostaria de lembrar, uma passagem do relato de Clóvis de Barros Filho, professor que leciona a 24 anos, na USP em São Paulo, professor de Ética, teve aula com Pierre Bourdieu, quando fez seu doutorado em Paris. Outro, excelente professor, Bourdieu, na verdade um grande mestre embora já falecido.

Como estava dizendo, Clóvis escreveu "A vida que vale a pena ser vivida" esse sim um título respeitado, digno de quem pensou em colocá-lo. Mas chamo atenção deste para você leitor, que gosta de ficar vendo as propagandas, que vai com frequência ao cinema e claro, passa horas em frente a uma televisão em casa, que praticamente dedica quase a sua vida, em frente a uma tela, um monitor, para saciar com a vontade, as suas emoções, com imagens, personagens globais, Clóvis, cita no seu livro, uma expressão assim: "instantes de intensidade" ele cita essa expressão tentando explicar o que acontece quando alguém vê um filme e esse filme está sendo muito bom para essa pessoa, que quando acaba é como se o telespectador demorasse a voltar a sí, a entender que aquilo era só um filme, que ele tinha esquecido até dele mesmo.

Ai eu fico imaginando, se você fica consciente quando uma coisa ruim acontece e assim dificilmente fará ela novamente, mostra que a lucidez serve para alguma coisa, mas e o que acontece com o inverso, falta total de lucidez, tempo todo "instantes de intensidade" anos e anos, o que será que acontece com sua realidade?

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