sexta-feira, 12 de novembro de 2010

"Pintos Shopping" Análise da Campanha








A campanha do “Pintos Shopping” utilizou em seu comercial um ator consagrado na dramaturgia brasileira. Reinaldo Gianecchini fez uma ousada propaganda para a família Pintos em Teresina no Piauí.
Segundo a assessoria do ator o comercial não teve grandes comentários maldosos em Teresina, pois, a família Pintos ela é tradicional no mercado local. Mas o intrigante é como a agência Interativa Propaganda, responsável pelo comercial não percebeu a dimensão que o slogan “Novo Pintos Shopping: tudo que você mais gosta, no lugar que você sempre quis” poderia tomar. Ou até mesmo imaginou uma repercussão, mas não tamanha quanto foi.
Dessa forma, é intrigante saber se isso foi uma jogada da agência de publicidade de querer mídia para o estabelecimento ou realmente o equívoco de Reinaldo Gianecchini, ator muito prestigiado e famoso dentre as celebridades.
            As imagens de crianças junto ao slogan dão a entender que é normal a associação nessa fase de idade com o sexo. Ainda mais que, no texto do ator, consta a seguinte frase: “A nova Pintos Shopping é um paraíso para a criançada”, e depois ele expõe as vantagens da loja. Porém, essa frase ligada ao slogan da campanha resulta em algo catastrófico.
Vale lembrar que Gianecchini é um galã de novela da Rede Globo, como profissionais da área de comunicação que estão nas agências de publicidade e até mesmo Gianecchini, no seu trabalho, não analisaram que hoje o mundo globalizado em que vivemos, as notícias elas correm muito rápidos, ou seja, as informações não escapam de ninguém e principalmente as crianças.
Assim queremos então chegar, até onde vai a ética na produção publicitária. As mulheres jovens, bonitas, com roupas justas, brincos, alinhado as tecnologias novas, como as TVs de LCD nesse mundo de fantasias e ilusões constrói nas crianças que poderia estar pensando em brincar com seus amigos, emoções e desejos que podem estar vindo antes da hora, pois como diz Gilles Lipovetsky (1987) em sua obra “O Império do Efêmero” a moda e seu destino nas sociedades modernas, o neonarcisismo individualista contemporâneo, um ser que não existia antigamente quando se tinha mais valor sobre as pessoas e suas origens do que simplesmente gostos de marcas ou produtos tecnológicos.
Vemos que o mundo pós-moderno conseguiu várias transformações na abertura de fronteiras, tanto do aspecto cultural como o econômico, mas a forma como cada país seja ele desenvolvido ou não está passando, em termos reais de comportamento dos nossos jovens, tendo como base o efeito extraordinário da comunicação alterou drasticamente as relações sociais e o modo de pensar de cada indivíduo.
Analisando sobre outra ótica o artigo de Colin Campbell (2006) “A metafísica do consumo”, o significado do consumo apesar de ser visto com grande futilidade e até mesmo supérfluo ocupou um lugar em nossas vidas de tal forma que precisamos estar aptos e reconhecer que as mensagens publicitárias, com seus recursos áudio visuais, podem interferir na visão das crianças.
De fato a construção de nossa realidade é mais televisiva do que realmente a experiência que o indivíduo ocupa em seu tempo no convívio social, pois as imagens e os efeitos visuais aumentam de maneira impressionante a pregnância aos nossos olhos a tela de TV.
Assim o slogan do Pinto shoppings terminando a propaganda com tudo que você mais gosta no lugar do que você sempre quis dá a entender que o gosto, a maneira como as pessoas são é pelo simples ato de você desejar uma coisa, seja ele objeto ou pessoa física. Critico assim na análise semiótica como hoje a produção de sentidos numa propaganda pode ajudar a reforçar esse pensamento do mundo contemporâneo, a valorização do ter em detrimento do ser.


Nenhum comentário:

Postar um comentário